sexta-feira, março 09, 2007

a revolução dos bichos - home edition

há tempos venho escrevendo mentalmente um post sobre a fauna da minha vizinhança. não se trata de nenhuma piada sobre supostos vizinhos homossexuais, até porque eu não sei de nenhum e nos 5 anos e meio que tenho de porto alegre nunca cheguei a realmente prestar atenção nisso. até porque aqui é raro - eu não moro no bom fim.

a parte externa da fauna vicinal fica pra depois. a fauna interna tem me chamado atenção horrores nos últimos dias. e me parece que minha casa não é um caso isolado.

minhas férias foram brindadas com dois únicos dias de chuva de verdade. o primeiro foi em arroio do sal, na terça-feira 6 de fevereiro. o segundo foi no domingo de carnaval, eu acho, no cassino. depois da chuva em arroio do sal, apareceram uns mosquitos muito bizarros. os legítimos borrachudos, eu acho. menores, compactos, azuis de tão pretos, aparentemente mais fortes e com uma picada que coçava por dias.

no cassino, o dia de chuva não foi o estopim de nada que eu lembro. aliás os mosquitos do cassino são facilmente controláveis, pelo menos na casa que a gente aluga. o foda mesmo foram os mosquitos na haras do tio da mariana, que picavam em qualquer lugar: couro cabeludo, por cima da calça, por cima de meia soquete. só não vi nenhum tentando furar meu tênis.

e finalmente, aqui em casa. minha casa se transformou num zoológico dos artrópodes. primeiro, as abomináveis aranhas, pelas quais eu mantenho uma relação parecida com a da torcida do inter com o gabiru: uma relação de amor e ódio. amo elas porque são de fato seres incríveis. aquela história da teia ser a coisa mais forte da face da terra, etc. odeio elas pelo mesmo motivo e mais: elas têm 8 patas e, normalmente, não te ajudam pra nada. as aranhas aqui de casa, ao contrário das sempre ativas lagartixas (uma salva de palmas para as lagartixas) dificilmente são vistas comendo um mosquito, por exemplo. em compensação, hoje mesmo eu vi várias formigas abobadas sendo envolvidas em seda. as aranhas aqui de casa devem ver muito bem, a menos que elas fumem a seda em vez de liquefazer e chupar o que tem dentro.
mas bom. o fato é que elas proliferaram de maneira absurda aqui em casa, ao ponto de eu achar 4 nos recônditos do meu quarto. imediatamente aniquiladas. mesmo assim, já vi várias delas por toda a casa, com suas teias lépidas e fagueiras.

os mosquitos também andam dando show. acordo todas as noites suado e com a sensação de uma picada nos ombros. é batata. ligo a luz e aprecio o mosquito gordo repousado na parede, a 10cm da minha cabeça. técnica básica: apenas bata palma logo na frente dele. ele sai voando, mas, pesado demais, acaba esmagado. não suja a parede de sangue.
e são mosquitos pequenos, difíceis de serem vistos em vôos. e a picada deles não coça: dói. eu temo pela dengue.

mas o verdadeiro motivo pra eu tar escrevendo a essa hora é o seguinte: cheguei faz pouco mais de uma hora em casa, do joguinho de futebol. tomei meu banho e fui pelado pra cozinha tomar um galão d'água. daí vi cenas bizarras: duas formigas pretas daquelas médias, com 1cm de comprimento, com formigas vermelhinhas pequenas agarradas nas juntas das patas. inédito. me pergunto se a EPTC tá sabendo disso, senão é transporte clandestino (ou alternativo, como eles chamam).
dei uma banda pela casa com meu copo, e quando voltei, olhei pro canto e vi o que rolava: uma guerra de formigas. as pequenas, centenas delas, atacando impiedosamente 4 ou 5 grandes, e aparentemente tentando seqüestrar essas grandes. eu nunca tinha visto isso. sempre achei que elas se davam bem.

e a prova de que as aranhas são muito bundonas mesmo: logo acima dessa miniatura da batalha de elm's deep (era bem no canto do balcão, mesmo), uma aranha só esperava que as formigas que literalmente subiam pelas paredes caíssem. ia lá, dava uma picada, jogava um pouco de teia pra prender o bicho e caía fora. sendo que mesmo presas, algumas formigas correram ela dali.