sábado, março 28, 2009

a hora da verdade.

é muito bonita essa história de hora do planeta. a intenção é linda, mesmo. mas e o resultado? nenhum. no máximo, constrange algumas pessoas que resolverem deixar as luzes ligadas. porque conscientizar, não conscientiza ninguém. vai encher vários de um falso orgulho.

ok. tou sendo meio xiita, talvez puramente do contra. mas lembro que nada nem ninguém até hoje provou sequer a existência de um aquecimento global. meu pai repete isso há uns 3 anos, pelo menos, e hoje na zero hora tem 2 caras falando isso. na verdade, um deles é uma guria, e ela aponta muito bem o fato de que o suposto aquecimento global é ainda uma IMENSA oportunidade de marketing-da-boca-pra-fora pruma grande variedade de empresas. tem um ex-professor meu da pós-graduação que está investigando exatamente esse fenômeno comunicacional. vem polêmica aí.

e fazer apagão geral é muito bonito em países da europa, na austrália, etc. ou seja, onde existe segurança. segunda-feira veremos as manchetes nos jornais: HORA DO APAGÃO GERA PICOS DE VIOLÊNCIA NO PAÍS.

rendam-se. classe A, B, C ou W, no brasil somos todos moradores da mesma favela. deixem o apagão ilusório pra quem pode. e o planeta? eu desejo muito estar errado, mas acho que human way of life não combina com a preservação da terra. por isso, apesar de o fim dos tempos ser um filme exagerado, eu acho muito justo pensar que a própria natureza bolaria meios de se vingar de nós. todo sistema deve ter seus próprios anticorpos.

o mundo se salva quando os homens se matarem de uma vez.

sexta-feira, março 27, 2009

ZOMBIE EATERS 2.

tem nome de filme B, mas não é.

eu poderia argumentar que o fato de em dezembro o faith no more ter saído de ZERO audições no meu last.fm direto pra segundo lugar geral, com (na época) umas 160 audições, foi somente por causa do show de 5/12/08, que me obrigou a escutar as músicas várias vezes seguidas atrás dos mínimos detalhes. mas na verdade eu deveria agradecer ao nelso da re:floyd por ter me indicado como tecladista para o zed. depois, deveria ter agradecer ao zed por ter me levado a sério mesmo depois de eu dizer que não sabia NADA sobre faith no more, exceto a inevitável epic. e finalmente, agradeço a mim próprio por ter topado mesmo sem achar que fosse um grande desafio.

porque de fato não é um grande desafio, ao menos do ponto de vista técnico. tocar faith no more é uma barbada a maior parte do tempo. o tecladista deles era tão comum ao ponto de eu hoje dizer que TENHO uma banda cover de faith no more e NÃO SABER O NOME DO TECLADISTA DA BANDA. me refiro ao tecladista do FNM, claro. o meu nome eu sei.
o desafio está mais em acertar alguns timbres de efeitos, como os do meio de a small victory. eu refiz todos e ficou muito igual, vide o denis que, no primeiro ensaio junto, não conseguia passar pelo bridge da música sem se matar rindo.

essa história toda também é mais uma prova de que quem conhece as mais ouvidas não conhece a banda. epic é afudê, mas a ironia de midlife crisis é bem mais. a de land of sunshine, também. aliás, eu diria que ironia é o tom da maioria das letras, e eu tenho que reconhecer que o maluco do mike patton, principalmente depois da fase "voz de pato" (sem intenção de trocadilho) do the real thing, escreve coisas que, se não são obras primas, são pelo menos percepções bem pinçadas do que a gente vê por aí. vale a pena ler a letra de everything's ruined pensando, por exemplo, na crise hipotecária dos EUA e atual crise mundial. dá até pra ver os donos dos bancos americanos e os idealizadores do sistema econômico vigente cantando o final da música: a letra catastrófica diz "now everything's ruined, yeah yeah" e o instrumental segue num clima mezzo feliz mezzo glamouroso. é a materialização musical de um belíssimo sorriso amarelo.

a ironia segue na letra de the gentle art of making enemies. o pré-refrão dela sozinho é de se mijar rindo, ainda por cima com a atuação do patton. melhor dizendo, a atuação do patton é sempre espetacular. esse é o azar do zed: ele tem que coverizar um cara completamente insano e insanamente completo. nunca ouvi um vocal tão completo quanto o mike. grave, médio, agudo, gritando, urrando, suave, na manha... o cara faz qualquer coisa, e eu não tou exagerando.

e tem ainda ricochet, que me lembra muito vicarious, do tool, graças a esse verso:
it's always funny until someone gets hurt
and then it's just hilarious!
ou então tem o baixo sexy de evidence, que depois eu descobri que era uma música que eu gostava, lá por volta de 95. nunca esqueci do clipe da banda no aquário. ou então last cup of sorrow! ou então...

também é legal descobrir a origem de algumas coisas que eu conhecia há muito tempo. sempre ouvi que faith no more era uma das maiores influências do daniel gildenlöw, do pain of salvation. é óbvio que, musicalmente, o pain of salvation vai MUITO além do faith no more, não tem comparação. mas as influências de fato tão na cara. achei até uma linha vocal de ashes em last cup of sorrow, na cara dura. o daniel realmente pegou várias técnicas e estilos vocais do patton.

enfim. o show tá aí. se alguém puder comparecer, favor fazê-lo. e eu, na próxima vez que eu tiver que tirar 16 músicas prum setlist de banda cover, vou lembrar de desabilitar o scrobbling do last.fm. as estatísticas mentem!

quinta-feira, março 26, 2009

emos.

grande discussão filosófica pós almoço, via msn, com meu caro e quase-doutor amigo arthur:
- com quem os emos acasalam?
- emas.
- pelo menos acasalam com o sexo certo.
- o problema é: como identificar uma ema? a franja, a voz e o jeito são iguais.
- e a maquiagem também.

sexta-feira, março 20, 2009

a teoria da relatividade revisitada.

em janeiro e fevereiro o meu problema para postar aqui foi o volume de trabalho: eu tive muito pouco. quanto menos trabalho eu tenho, mais eu fico atucanado com o pouco que ele é, e mais tempo total eu perco nele.
com tempo demais sobrando, eu ficava muito preocupado em não perder tempo com nada.
preocupado, na verdade, em não perder tempo com coisas que eu gostaria de fazer em detrimento das que eu tinha que fazer, eu acabo perdendo o mesmo tempo com coisas que eu sequer pensei em fazer, mas apareceram na minha frente aleatoriamente.

exemplo prático: eu poderia estar postando um texto legal, mas acabei perdendo tempo escrevendo isso.

mesmo assim, isso tudo me parece uma boa idéia de texto pra este blog, e eu gostaria de postar. mas existe tanto tempo e tantas idéias a serem perdidos entre eu digitar a primeira letra e anotar o último ponto que é muito provável que a qualquer momento surja outra coisa tão inútil quanto, porém muito mais imprevista e irresistível, que tome o lugar do post e faça com que eu atrase ele em vários dias. ou, até, o suficiente pra esquecer dele.
e aí acaba que tu nunca leu nada disso, porque eu nunca escrevi.

terça-feira, março 17, 2009

there goes the sun, tchurururu...

hoje em dia é difícil NÃO achar um texto que comece com "a internet e a globalização cada vez mais nos dão a sensação de que o mundo gira mais rápido". não necessariamente nessas palavras, mas sempre com esse sentido. eu mesmo já devo ter escrito isso pelo menos umas 10 vezes.

esse negócio de escrever sobre as músicas dos meus verões me fez parar pra pensar se eu não tinha mesmo nenhum "winter song". e eu tenho, mas a questão não é bem se a música existe ou não. a questão é que eu raramente tenho saudade do inverno. nunca parei nostalgicamente pra dizer:
- aquele inverno de 2003 foi do caralho...

acho que sei o motivo. o verão é uma coisa preciosa. a diferença é que, depois de velho, o verão é nos fins de semana ou a partir das 19h dos dias úteis, e só durante uns 3 meses. o inverno não. o inverno é 24 horas por dia, 7 dias por semana, 9 meses por ano - não tem um natal pra dizer quando começa nem um carnaval pra dizer quando termina.

a internet e a globalização cada vez mais nos dão a sensação de que o mundo gira mais rápido. por exemplo: já estamos no meio do frio, mas parece que ainda ontem era verão em porto alegre.

opa, mas peraí, porra... hoje é dia 17 de março!
AINDA É VERÃO EM PORTO ALEGRE!

sexta-feira, março 13, 2009

summer song.

tou escutando armor and sword do rush pela décima vez hoje. é a quarta seguida. eu só sei disse porque o last.fm registrou. eu já tinha perdido a conta. talvez até eu tenha escutado bem mais vezes que isso, porque eu volto no início da música antes dela terminar, e aí o site não registra a música.

foi a minha música do verão. nas minhas idas ao cassino, indo pra praia com meu irmão ou saindo de noite, em algum momento resolvi dar mais uma chance pro snakes and arrows, que não me chamou atenção quando saiu. praticamente não consegui mais passar dessa faixa. o refrão dela tem aquelas harmonias gordas do alex lifeson e uma melodia simples: simplesmente não poderia ser outra. a letra é boa, também. o peart já fez coisas melhores sobre circunstâncias da vida, traumas e esperança, mas "no one gets to their heave without a fight" encaixa tão bem no refrão que não dá pra falar mal.

mas enfim... é a música do verão de 2009. sempre tem a música do verão, ou até o disco do verão. em algum momento acontece essa mágica, em que uma melodia fica como emblemática de todo um verão. dá pra fazer uma lista:

198x, scorpions - still loving you: não sei que ano foi isso, mas eu tinha uns 4 ou 5 anos e era fanático por scorpions.

1988, sting - driven to tears (versão ao vivo do bring on the night).

1989, várias do the police (e do rod stewart, porque era o outro lado da fita k7).

1991, sting - all this time: foi a música escolhida pro garota verão.

1993, tears for fears - break it down again: passava 60 vezes por dia na MTV inglesa. e merecia.

1994, uma caralhada: peter gabriel - red rain / crash test dummies - mmm mmm mmm e god shuffled his feet / marillion - cover my eyes: cada uma numa circunstância completamente diferente. valem um post.

1995, pink floyd - pulse inteiro / tears for fears - raoul and the kings of spain.

1997, fish - incommunicado / rush - the big money: no carro do meu tio, na casa da praia no litoral norte.

2000, liquid tension experiment / acid rain e biaxident: o mais nerd de todos os meus verões. eu tinha levado um pé na bunda em novembro e metade do verão ia ser na cidade. minha técnica de piano deu um boom.

2001, symphony x - evolution (the grand design) / encores, legends and paradox (tributo ao ELP) - karn evil 9, first impression: o SX eu garanto que foi a música do verão pra mim e pra todo mundo na hiléia.

2002, dream theater - the glass prison, blind faith, solitary shell: não por menos eu acho blind faith a melhor música do DT.

2003, hiléia - the worst day of your life: foi a única vez que eu coloquei uma música alta no meu carro na praia do cassino. ninguém ia saber o que era aquilo, mas a gente tinha recém gravado a música, e era nossa.

2004, pain of salvation - undertow: deus canta.

2005, pain of salvation - iter impius, diffidentia, vocari dei...: deus continua cantando. na real, esse verão foi do BE tocando inteiro em alto e bom som na casa do cassino.

pros anos que faltaram não me veio nada. talvez quando eu escutar a música ela me leve de volta pras suas respectivas lembrórias.
enquanto isso, fico aqui voltando pros fins de semana de sol do cassino nesse já distante verão de 2009. e matutando por que será que eu nunca tenho uma "música do inverno".

quarta-feira, março 04, 2009

a solução de todos os problemas.

o flamengo vai jogar em campo grande hoje pela copa do brasil, contra o ivinhema. a torcida local (a do ivinhema, que fique claro. você pode ser funcionário da globo, e a globo acha que o brasil inteiro torce pro flamengo) está espremida num dos cantos dos estádios, uma grande minoria.

graças à tv, é cada vez mais assim: quanto mais fraco o futebol da região, mais cresce o contingente de flamenguistas e corinthianos. é só o que eles conhecem do circo. no nordeste, então, é uma piada. tanto é que a torcida do vitória teve a genialidade de botar a faixa "vergonha do nordeste" no jogo contra o flamengo.

pois taí a salvação do nordeste. se governo, cbf e flamengo fossem espertos, marcariam uma série de amistosos do flamengo e do corinthians com times locais, talvez até mini-torneios. levantariam uma grana preta em qualquer cidade que passassem, mesmo a ingressos com preços acessíveis. fora os patrocinadores, porque obviamente ia ter alto televisionamento: qualquer cidade que fosse o jogo, todo o nordeste e o centro-oeste, talvez até santa catarina, iam ficar vidrados nesses jogos.

e seriam as vergonhas de suas respectivas regiões. heiuahae