mais um capítulo da série sobre os nós que a nossa cabeça nos dá. estrelando: eu, claro.
existem várias lendas (urbanas ou bucólicas, tanto faz) a respeito de como nosso cérebro tende a nos levar pra solução errada. dois exemplos:
- o atacante sempre tende a chutar em cima do goleiro, dependendo da roupa deste.
- à noite, o motorista tende a dirigir em direção à luz que vem na direção oposta, pois é aquilo que mais chama a atenção do olho dele.
se essas são verdade, eu não sei. bom, chutar no goleiro é um dom de todo cara que vê o gol aberto e desfere uma pancada (tipo eu), especialmente se existe um goleiro, e não um boneco estático na frente dele. afinal o goleiro também faz alguma coisa pra defender sua meta. e reconheço que às vezes fica difícil de enxergar a estrada à frente, principalmente pelo incrível número de idiotas que dirigem de luz alta por aí.
mas esses dois casos têm vantagens: tu perde o gol, te lamenta mas segue jogando, afinal logo em seguida tem outro pra tu perder; tu erra, tu morre e fim de papo.
pois eis a situação na qual eu me coloquei esses dias. eramos 3 num determinado contexto que já estava durando uma hora e meia. aí acontece o seguinte triálogo:
a: e aí meu? como é que tu tá?
b: tou tri bem cara! tirando essa baita dor nas costas...
a: bah, o cara tá tri bem, tirando essa BAITA dor nas costas!
c: é. "tou tri bem tirando [...]"
pausa. a descrição a seguir dura um milésimo de segundo: neste momento, o c, que era eu, pensou em falar "tirando a aids", mas por profundos motivos cerebrais na minha cabeça, falou outra coisa. play.
c: [...] o câncer.
a: é! que absurdo!
b: hehehe, é verdade.
c: "tirando o braço amputado, eu tou tri bem!"
não ficou nenhum clima ruim na hora. encarei aquilo como um gol perdido e guardei a sensação ruim pra mim. mesmo assim, a última frase eu falei pra tentar consertar. porque a pessoa em questão, o b, se não tem, já teve câncer.
gol perdido, mas sem defesa do goleiro: foi uma baita bola fora, mesmo.
Invasion
Há 3 dias
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