posso dizer que a minha lista de bandas/músicos que eu sempre quis ver ao vivo é composta por 5 nomes. o primeiro show que eu vi na minha vida, o pink floyd em 94, não era um show que eu sempre quis ver, mas se tornou automaticamente o show que eu sempre quis ver DE NOVO (e consegui, de certa forma, quando o australian pink floyd veio a porto alegre justamente no dia do meu aniversário, em 14/06/2005. não tenho dúvida que alguém em algum lugar quis me dar aquilo de presente de 23 anos).
em resumo, comecei meu currículo de shows com algo insuperável. me desculpem os fãs do U2, mas o division bell tour não vai encontrar nada igual, talvez nem do próprio pink floyd. eles conseguiram transformar o palco INTEIRO numa enorme tela, onde por duas horas e meia eu vi desfilarem filmes, projeções, luzes, tudo isso entrelaçado por lasers, fogos, porcos infláveis e o maior globo de espelhos da história.
enfim. com essa tacada meu pai me fez um cara muito exigente pra shows. nada mais natural, portanto, que, além de ser fã das músicas do rush, eu tivesse um interesse especial em ver aquele que deveria ser o segundo melhor show do mundo. também foi fantástico, mas eu já tinha tantas idéias formadas a respeito de iluminação que eu acabei vendo o show de uma maneira bem mais consciente. porque no pink floyd eu passei duas horas e meia 100% confortavelmente entorpecido. era coisa demais pra cabeça de um guri de 12 anos.
então tive o rush no final de 2002, mesmo ano em que eu conheci o pain of salvation. os suecos me deixaram transtornado pela primeira vez no dia 30 de junho, ou seja, no dia em que o brasil ganhou o penta. deve ter sido lá por volta da uma da tarde: o kazaa ou seja lá o que for que eu usava na época terminou de baixar aquela tal de the perfect element, que eu resolvi pegar pra matar uma curiosidade pequena que eu tinha a respeito da banda (eu sou absurdamente resistente a bandas novas, especialmente no metal progressivo, porque eu sempre tinha a sensação de estar escutando uma fração do dream theater). bom. era o oposto do dream theater. era o marillion com muito mais técnica, qualidade, mais tesão, emoção, coração e, pelo menos naquela música, uma letra obra-prima. não conseguia acreditar que tava escutando algo tão bom, algo que me lembrava fish & sua trupe, só que mais pesado, mais preciso e estupidamente tesudo.
então em 2005 aconteceu. eles vieram pra porto alegre. não tinha muita gente no show, mas o opinião é pequeno pra voz e a genialidade do daniel gildenlöw. um show muito perigoso: talvez não fossem só as mulheres presentes que quisessem dar pra ele... talvez eu também quisesse dar pra ele naquela hora. fora a presença de palco fenomenal dele, do mano kristoffer gildenlöw e do johan hallgren. em alguns pontos do show, tipo undertow, acho que chorei. em outros, cantei baixinho, só pra mim.
2005, por sinal, foi um ano mágico. ainda teve o pearl jam no gigantinho, mas isso fica em segundo plano. dream theater em dezembro, no credicard hall em são paulo, as duas noites. os dois últimos albums não repetem a monstruosidade que é o scenes from a memory ou a maturidade incrível do six degrees of inner turbulence, mas ao vivo eles fodem a barca. mr portnoy é um legítimo showman.
só que sempre faltou um cara. O cara, talvez. o meu ídolo mais antigo de todos, tão antigo que eu não sei quando eu comecei a gostar da voz dele, mas não acho improvável dizer que é da barriga da minha mãe, ainda. culpa do osmar, pra variar.
pois é.
e agora tão dizendo que ele vem.
e ele não vem sozinho. ele vem com a BANDA com a qual ele fez sucesso, o trio que era tido como os reis do pop no início dos anos 80, apesar de terem surgido do punk/new wave, trilhado o reggae e só terem desembocado no pop MESMO no último album de 1982.
um baixista excelente/vocalista único e fenomenal, um guitarrista estupidamente criativo e um baterista que seguramente era um dos melhores do mundo. "mas isso é o RUSH!", vai exclamar o leandro. não, leandro. não é. mas tu já sabe qual é, porque já discutimos as enormes semelhanças entre as duas bandas num churrasco no ferdi.
eu só sei que os caras vão subir ao palco e eu vou chorar.
a "notícia" tá aqui.
Invasion
Há 3 dias
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