quinta-feira, janeiro 04, 2007

boas vindas.

a última dica foi 2006 quem deu. foi como se me dissesse "tu acha mesmo que teu ano vai ser bom?" e se despediu de mim de forma categórica. empurrou aquele ser fantástico porém incompreensível pra dentro da minha mala assim que eu abri ela, no dia 31 de dezembro do ano passado, em são lourenço. foi o tempo de eu dezipar o zíper e eu vi: a pequena sombra de 8 patas, encontrando a dona dela mesma em cima da minha camiseta branca, e imediatamente fugindo para baixo das minhas roupas sob meu olhar apavorado.

odeio aranhas. abomino elas. existem duas coisas que eu percebo de primeira toda vez que entro num recinto, incluindo ruas e outros locais amplos. uma delas são aracnídeos, mas precisamente aranhas. é interessante que formigas não provocam nenhum tipo de medo, mesmo que elas sejam parecidas, e minha percepção é tão precisa que já vi desconfiei de formigas que, numa análise mais próxima, eram de fato aranhas meio bizarras. de corpo alongado e pernas finas e curtas. aranhas disfarçad
as para meu total desespero.

não que eu saia correndo. passado o susto inicial, eu me controlo, mas não relaxo. fico de olho no bicho. assim sendo, perdi parte do churrasco da casa que o leandro alugou retirando minhas roupas, uma por uma, sacudindo elas e revirando a mala. achei a maldita num bolso lateral, após me dar conta de que as divisórias haviam rasgado. era preta e pequena, mas nunca tinha visto uma daquelas - parecia ter o abdomen acinzentado. sacudi a mala de cabeça pra baixo. ela não caiu e eu também não achei mais ela dentro. significa que ela pode estar perambulando pelo meu quarto neste momento.

a tal casa, por sinal, foi dada como mal-assombrada pelo pessoal que tava nela há mais tempo. estávamos em 8, no total, e praticamente 1 por dia sofria algum tipo de mazela. o edu e o leandro torceram o pé. o márcio quase desmaiou por falta de glicose dia 1º (deveras fag). ent
re outros. mas aranha não completou minha conta. seguindo a teoria do diogo de que o dia só troca depois que tu acorda, a primeira memória que eu tenho de 2007 é de ser abduzido de um sonho pelo chamado da natureza. hugo, o todo poderoso, me convocava. o banheiro estava ocupado. pia da cozinha? ainda bem que eu fui muito, mas muito rápido e discreto. e foi pequena a quantidade. o suficiente pra não ter que me preocupar com mais do que dois pedaços de bacon remanescentes e uma boa passada de água com sabão na pia. tenho a impressão de que ninguém notou, porque no dia seguinte avisavam que eu era o próximo da lista da casa, já que não faltava mais ninguém.
mas não me safei da ressaca esmagadora que me jogou num sofá por horas, depois do almoço. felizmente, eu tinha pelo menos 3 opções de livros na minha mochila, mas sou leitor monógamo, e acabei pegando o "casório?!" da marian keyes. pelo menos a ressaca rendeu várias páginas de tontura e risadas altas enquanto os guris jogavam tomb raider no ps2.

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2007 se apresentou mal. mal pude ficar no sol porque tinha me queimado no dia anterior, ao ir pra piscina de casa em rio grande sem reforçar o protetor que eu tinha posto pra ir pra praia de manhã. o bicho que eu mais odeio entrou no meio das minhas roupas (alguém saberia o significado disso?) e eu passei metade do dia primeiro grogue pra caralho. além disso, algumas rupturas surgem como inevitáveis. ao mesmo tempo que algumas coisas (re)nascendo me deixa muito feliz, tenho a impressão que outras estão morrendo, e eu cheguei no ponto em que não posso e talvez nem deva fazer mais nada.

vai ser um longo ano.