euller se vangloriava: peidava no trabalho sem jamais ser defect-, ops!, detectado. julgava-se um mestre na arte do pum furtivo. peidava com todos à sua volta, e ninguém JAMAIS falou absolutamente nada. peidava sentado na sua mesa, e seus colegas nunca sequer largaram aquele clássico "porra! alguém PEIDOU!". euller era um áss dos peidos (peidoem-me este trocadilho infame. e mais este).
e ele também usava da sua sorte. naquelas semanas, arionélson estava gripado. ou com sinusite, não se sabe. o fato é que era aquilo tudo junto. e ele não sentia absolutamente nada que estivesse no ar. euller, sacana, relaxava o esfíncter e mandava ver em longas conversas com seu colega. ria internamente lembrando da cena em que o filho do mel gibson está nos braços do ET em sinais, e não morre do gás letal alienígena devido à asma.
pobre arionélson. achava que nunca mais ia sentir o gosto de uma bela picanha. mas uma manhã, depois de três semanas, arionélson, sentado na sua mesa de trabalho, 3 metros distante da mesa de euller, lançou:
- porra! alguém PEIDOU!
antes que todo mundo se virasse para olhar, exultou em alegria:
- PUTA MERDA! EU VOLTEI A SENTIR CHEIRO!
ele poderia novamente sentir o gosto da picanha. arionélson levantou os braços vitorioso, enquanto os colegas tapavam o nariz e euller baixava a cabeça, derrotado.
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