terça-feira, abril 03, 2007

a vida como ela é.

a elisa foi empregada lá de casa até julho do ano passado. entre outras coisas, me admirava a agilidade dela em identificar o lixo e tocar fora. por essas e outras, uma garrafa vazia de coca-cola, vinda direto do marrocos (e que não era pra mim), levou um sumiço, o qual eu só fui me dar conta quando me cobraram tal objeto.
pois em julho de 2006 descobriu-se que a mãe dela estava com câncer. as irmãs não podiam cuidar dela, logo a elisa abandonou o emprego para fazê-lo (essa parte eu nunca entendi direito).

chegou a denise. entre outras coisas, me admirava a inaptidão dela em identificar o lixo e tocar fora. por essas e outras, garrafas vazias de shampoo seriam capazes de permanecer meses no meu banheiro, por exemplo, até o dia em que eu conseguisse passar mais de 9 horas por dia em casa (incluindo as horas de sono) e dar um sumiço nas coisas que me irritavam. observação importante: a panqueca dela é maravilhosa, o que me rendeu aftas múltiplas esse verão, quando minha vó viajou e ela achou que cardápio único seria o melhor jeito de me agradar.

pois em janeiro de 2007 as irmãs da elisa puderam finalmente ajudar, e ela avisou que estava disposta e gostaria muito de voltar. minha vó ficou na sinuca, apesar de ser muito óbvio o que ela tinha a fazer por questões éticas (além do fato de que a denise às vezes era muito relapsa).

ok, não vamos entrar em questões pertinentes ao "você decide". a história não pára por aqui.
pois em fevereiro de 2007 o filho dela, num jogo de futebol, deu um tiro num outro cara e foi preso. na verdade não sei direito qual é o rolo, mas um cara jurou vingança. acharam que ficaria por isso. mas agora o cara voltou e disse que ia catar a família dela junto, logo a denise teve de se mandar.

e a elisa, que nunca deveria ter saído, voltou a trabalhar em casa nesta segunda-feira. a garrafa segue desaparecida.