se é o fim do mundo ou não, eu não sei. o fato é que não lembro de ver revoluções meteorológicas tão regulares. faz um solaço firme, quente. dois dias depois chove aos cântaros. aí volta o sol firme e quente e repete tudo outra vez.
eu gosto de olhar a grama crescer. sempre faço intervalos nos trabalhos aqui em casa e vou dar uma volta no pátio, olhar os sabiás que tão catando matéria prima pra segunda ninhada do ano, as curruíras, as eventuais pombinhas, etc. e, junto, aproveito pra ver a grama crescer.
tempos atrás falei pra minha vó que a grama tava muito feia. e tava mesmo. cheia de buracos, amarelada, com a terra dura embaixo aparecendo. agora a situação mudou completamente. olhei pro gramado agora, debaixo dessa chuva torrencial que desaba sobre nós, e reparei que faz muito tempo que eu não vejo ela tão verde. já tinha reparado nisso ontem, debaixo do solaço, na verdade.
mas não é só a grama aqui. é em todo lugar. porto alegre inteira tá estourando de verde. assim ninguém precisa de bienal nenhuma pra notar as coisas da cidade. eu, pelo menos, não preciso. sou mais os sabiás. pena que el niño tenha que derrubar algumas árvores nesses rompantes de mudança climática. pena que gente morre ou perde casa por aí. e pena que ano que vem eu vou comer menos camarão.
Invasion
Há 2 dias
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