quinta-feira, setembro 03, 2009

os neo-jornalistas.

(ou GATA, ISSO NUNCA TINHA ME ACONTECIDO ANTES!)

estava lendo o jornal, agora há pouco, e estranhei um ponto final no título dum anúncio do nacional. achei errado. depois, achei estranho achar errado. como assim? isso nunca aconteceu antes: eu sempre fui um ferrenho defensor do ponto final na publicidade, mesmo que a frase fosse, na verdade, uma só palavra no layout, o que é errado não só na publicidade, mas na própria língua portuguesa.

acontece que o ponto final é impositivo. ele fecha aa idéia, é diferente das reticências que sempre sugerem (ou prometem. depende da mulher, digo, da frase) um algo mais. é diferente da exclamação, que afirma, mas é insegura demais pra simplesmente proclamar: ela precisa berrar mais alto. se forem 2 ou mais exclamações, já vira histeria.
o ponto é definitivo. é aquilo. e deu. ponto.

pois eu me dei conta na mesma hora do que tinha acontecido e fiquei preocupado. questionei uma das minhas mais velhas convicções. mas acho que já identifiquei o motivo: título sem ponto final é coisa de jornalista. e, oras!, hoje EU SOU UM JORNALISTA! como o andrei ou como o juremir machado da silva ou como o david coimbra. EU SOU! me DERAM isso!

não por menos, ontem eu contei pro arthur (que também é neo-jornalista) sobre um pilantra que nós desmascaramos no trabalho, um carinha aí que talvez até estivesse proponto coisas fundamentadas, mas não por ele: se atribuía títulos que nunca pleiteou. o arthur lembrou então do magrão que se fez passar por engenheiro durante 10 anos. há casos e casos, e eu fui fazer a piada de que eu me fazia passar por jornalista, já que eu tinha um blog, logo era "difusor de conteúdo". aí lembrei que, de fato, eu sou jornalista. e a minha piada morreu pela piada do STF.

e o que jornalistas fazem, os mais notáveis? escrevem em jornais. melhor ainda: FUNDAM jornais. então é isso: eu e o arthur decidimos abrir um jornal, mas com um novo conceito: vai ser o legítimo jornal UGC (User Generated Content, ou conteúdo gerado pelo consumidor). escalaremos a farta mão de obra jornalística disponível e HABILITADA para escrever para nós. já elencamos os perfis para cada cargo de chefe de editoria:
Economia: trombadinha.
Política: tia do cafezinho de gabinete de político.
Mundo: algum piá que viva grudado na internet, fuçando em tudo que é site.
Geral:
véia fofoqueira.
Cidades/Questões Urbanas: mendigo.
Trânsito: motoboy (cargo de alta rotatividade).
Interior: motora de caminhão de transportadora.
Policial: motora de camburão.
Obituário: coveiro.
Esportes: cambista ou gandula.

nosso jornal é o jornal feito por gente comum, ou seja, por VOCÊ! [insere gritinho gay do edu falaschi em shows do angra]. quem quiser mandar currículo, é só deixar o email nos comentários que nós entramos em contato.


(pra ti, andrei :*)