- ela é gorda de lado, cara. - - ela é gorda de lado. de frente é legal, mas de lado ela é gorda. e se ela der dez voltas aqui todos os dias, ela vai continuar sendo mais gorda de lado do que de frente. e na real isso é uma merda. porque pra ela ficar gostosa de lado, será que ela ficaria reta de frente? ou ela fica boa de frente e gorda de lado. acho que não tem muito como arrumar isso. e tu beijaria ela de frente... - é real...
sexta-feira, outubro 08, 2010
agora mesmo, depois de escovar os dentes e indo me deitar, me dei conta de que hoje eu simplesmente não jantei.
em 2007, torci pro boca contra o cúcuta. não queria pegar qualquer merdinha na final. deu no que deu. pois aprendi a lição: chega de idealismo, chega de grandes finais.
quero ganhar a libertadores jogando contra o chivas, o defensor, o deportivo táchira, o oriente petrolero, o banfield, o libertád, o aurora. quero timecos.
quero ganhar a libertadores contra um time que tenha um goleiro filho de gremista, que entregue a bola no pé do capitão tricolor, na pequena área, sem zagueiro.
quero ganhar a libertadores com a torcida ARGENTINA entregando um jogo, onde já se viu isso?, num jogo contra um time argentino que faz 2 gols e... ah, vamos assar uma parrilla.
quero ganhar a libertadores contra um mexicano, mesmo.
quero barbadas. foda-se. só não vou pedir pra ganhar a libertadores contra times reservas porque aí já é sulamericana, que só interessa pela vaga na... libertadores!
e foda-se a honra. a vida não tá nela porra nenhuma! (piada interna).
torci ferrenhamente pra que espanha e holanda ficassem batendo pênaltis por 11h05min, domingo. que nem o isner vs mahut em wimbledon. pra que ambos os times, que não sabem fazer gols, sofressem eternamente por isso.
mas assim não se fez. o juiz maluco lá não viu escanteio na cobrança de falta da holanda e da jogada pintou o belo gol da espanha. com a benção de paul.
o interessante é que por aqui se disse que a espanha joga um futebol bonito. mas futebol bonito não é cheio de gols? das oitavas à final, a espanha se safou sempre com 1 a 0. ou seja: quem queria esfregar a fúria no furioso sr. dunga não teve muitos argumentos. a espanha não sabe fazer gol. por outro lado, soube fazer o que os defensores do futebol competitivo tanto pregam: ganhar uma taça. bom, nesse caso, fica todo mundo com sorriso amarelo.
mas enfim. os melhores momentos da copa, pra mim: o gol do suíço (?) fernandes contra a campeã...
...e os americanos se rendendo pro FOOTBALL de verdade (aquele outro, pra mim, é handball). será que agora vai?
esses dias eu vi um shitzu. mas eu estava sem óculos e achei que fosse um poodle. sequer sabia o que era um shitzu. nova palavra aprendida. duas semanas depois minha cunhada vê um cachorro na rua e diz "olha lá! um shitzu com pelo de poodle!". what the fuck?
esses dias, em aula, o professor nos apresentou o conceito de gerenciamento de categoria, sobre grandes empresas ("capitães de categoria") que tomam conta do varejo do setor, estudando técnicas e compartilhando isso inclusive com suas concorrentes. 4 dias depois, minha chefe me manda por email uma mega reportagem exatamente sobre... gerenciamento de categoria! é o termo da moda ou o que?
ou então semana passada eu tava na casa do gustavo, trabalhando, e ele botou o último disco do mastodon pra tocar. 3 dias depois sai o disco da It's All Red, com participação minha em duas músicas. bato um papo com o vocalista que me diz: "se tu quer umas referências de prog metal com metalcore com teclados, busca o último disco do mastodon". que?
entre outras, o tempo todo. isso só acontece comigo ou só eu me impressiono com essas coisas?
já perdi a conta de quantas vezes falei de pink floyd. ou falei do pulse. ou falei do show. ou falei que, no show que eu vi, abriu com astronomy domine e tocaram learning to fly sem o mr. screen, com pássaros sendo projetados na tela durante a parte dos lasers. já perdi a conta de quantas vezes agradeci mentalmente ao chad hurley e ao steve chen por terem criado o youtube ou aos pirateiros de plantão por terem feito tantos bootlegs dos shows da division bell tour. também já perdi a conta de quantas vezes entrei no youtube e digitei "pink floyd 1994" e classifiquei os resultados por data de postagem.
mas até hoje nunca tinha visto um vídeo com tanta qualidade. eis o vídeo definitivo disso tudo:
o cara postou o show inteiro, incluindo a great day for freedom, uma puta raridade:
depois vou tirar um tempinho pra ver tudo. mais de duas horas de show, uala...
nos últimos anos, eu já quase morri algumas vezes. quase morri na última reta de 2009, por exemplo. quase morri indo pra praia pro feriado de finados do ano passado, também (ainda não fiz post disso, mas o arthur lembrou a cena nos comentários do post que eu linkei acima).
e quase morri em novembro de 2005. lembrei disso porque agora há pouco vi um cara comentando que o youtube tava dando um erro estranho. acessei pra ver o que era e não tinha erro nenhum, mas entre as indicações de vídeos tinha um de uma tempestade em porto alegre:
olhei a data e pensei "será?". quando aquilo (quase) me aconteceu, eu escrevi um texto e botei no meu perfil do orkut. deixei ele salvo num txt no meu micro, também. como diz a vó do samuca, "quem guarda, tem". e, realmente... a mulher filmou a chegada da tempestade que me fez passar por um dos momentos mais apavorantes da minha vida. agora lendo o texto acho que não consegui passar direito a sensação da hora, mas porra... o cara deu uma PORRADA no poste. eu jurei que os cabos iam arrebentar. e chovia tanto e o chão tava tão molhado que eu acho que não ia fazer diferença o cabo tocar em mim ou não. eu ia torrar. eis o texto: Como eu quase morri no dia em que POA inundou. Sexta-feira, 4/11/2005
sexta-feira, por volta das 20 horas. como de praxe, eu estava na academia. primeiro a chuva torrencial, depois as pequenas pedras, e finalmente a água atravessando a academia, entrando pela porta dos fundos com força e saindo pela porta da frente. fim dos exercícios, saída sem alongar. demos um tempo ali na frente pra ver se parava, mas são pedro não dava nenhum sinal. foda-se.
fui pela chuva com a minha toalha irônica no pescoço. a joão wallig com água pelos cantos da calçada, os carros um a um dando ré: no cruzamento da rua com a teixeira mendes a água já dava no joelho.
é uma merda andar de óculos numa chuva dessas. sem óculos tu não vê nada. de óculos também. além disso, tava difícil adivinhar onde estavam os bueiros. resolvi ir por uma ruazinha de cima.
cheguei lá, toda a água que vinha da protásio alves descia a todo pau, gerando aquelas ondas estáticas, saltos d'água. onde estão as trutas porto-alegrenses? nenhum surfista pra aproveitar a pororoca dos pampas. e eu ali olhando e pensando "merda".
voltei pra joão wallig. desisti. voltei pra tal ruazinha de cima. vi uma lotação virada pro lado da correnteza, mas quando tive a idéia de perguntar se ele ia atravessar mesmo (e se eu podia ir junto) ele embicou num portão para conseguir dar ré. mesmo assim, fui do lado: - opa. o sr. vai tentar atravessar por outro ponto? - não dá. a correnteza tá muito forte pra tudo que é lado. o chácara das pedras é mesmo terrível nesse aspecto.
foi então que eu vi a vida (ou a morte?) me dar mais uma chance: a lotação estava perfeitamente perpendicular em relação ao sentido da rua. eu virei pro outro lado, para voltar para a joão wallig. o motorista deu ré, e eu escutei a batida, logo sucedido do som de algo que se estica e é puxado com violência. virei pra trás: a lotação tinha batido num poste, que ainda estava de pé. me veio aquele pavor: sem óculos eu pude ver que um feixe de cabos, ainda firme, saía daquele poste direto pra casa atrás de mim, e passavam EXATAMENTE sobre a minha cabeça. saí correndo, feliz com os engenheiros que não dotaram automóveis de segunda marcha para dar ré.
PS: mas continuo afirmando que malditos são aqueles que não inventaram o teletransporte ACME. PS2: leptospirose?
quinta-feira, abril 29, 2010
devido ao ritmo frenético das últimas três semanas, devo admitir que me sinto perto de atingir o nível das máquinas.
se bem que talvez as máquinas descansem mais do que eu. e não vão avaliar trabalho de conclusão de alunos da faccat.
pete steele um dia serrou seus próprios caninos pra ficar com ares vampirescos e era feio pra caralho. um feio de quase 2 metros de altura que, por conta disso, de um relativo sucesso cult no meio underground americano, da falta de grana e de um pau enorme, posou nu para a playgirl na década de 90.
era drogado, bêbado, tomou tufo de não sei quantas namoradas e, aproveitando seu visual altamente obscuro e seu gosto pela depressão, formou o type o negative pra fazer sua catarse e mudar de ares em relação às suas bandas anteriores, o fallout e o carnivore.
forjou sua própria morte (midiaticamente) várias vezes. mas morreu, mesmo, ontem.
foi uma das figuras mais controversas que eu vi no mundo do metal. todas as entrevistas que eu li do cara foram de uma sinceridade absurda e, mais do que isso, de uma demonstração de inteligência absurda. apesar da luta constante contra os próprios defeitos, era dono de uma crítica e autocrítica gigantes, e não por menos escreveu letras espetaculares sobre os temas mais variados: tipos pervertidos, drogas, discriminação racial (kill all the white people, then we'll be free. e ele é branco), lirismo fantástico e letras de amor tando devotado (love you to death ou be my druidess) quanto de situações mais realistas (die with me), o que tirava dele qualquer suspeita de só saber escrever coisas enfadonhamente dark ou góticas. gozado é que domingo agora, na saída do ensaio, eu e o chan saímos falando exatamente sobre a capacidade lírica e musical do pete. mesmo sendo o type o negative muito caracterizado pela temática sarcástica do pete em relação à própria vida e depressão, os discos da banda sempre foram marcados por músicas pesadas bonitas, melódica e harmonicamente. e pelo estilo inconfundível do vocal grave e do baixo com distorção, que dava liberdade pra guitarra ficar menos nos riffs e mais nas melodias e solos. foi por isso que, quando meu pai comprou o october rust em 97, eu roubei dele 2 dias depois e o disco nunca mais voltou pra coleção dele. october rust que, aliás, é um discaço, uma sonzeira atrás da outra: love you to death, be my druidess, haunted, wolf moon e a IMPAGÁVEL my girlfriend's girlfriend, she looks like... you! my girlfriend's girlfriend, she's my girl... 2! isso é genial. até hoje piro escutando esses sons, coisa que eu vou fazer agora, por sinal.
mas como esse texto veio me de sopetão e ficou uma bosta, eu vou copiar a sensacional letra de the green man e salvar o post. vai em paz, gênio!
spring won't come, the need of strife to struggle to be freed from hard ground the evening mists that creep and crawl will drench me in dew and so drown
I'm the green man the green man sol in prime sweet summertime cast shadows of doubt on my face a midday sun, it's caustic hues Refracting within the still lake
autumn in her flaming dress of orange, brown, gold fallen leaves my mistress of the frigid night I worship pray to on my knees
winter's breath of filthy snow befrosted paths to the unknown have my lips turned true purple
life is coming to an end so says me, me wiccan friend nature coming full circle
toda vez que eu entro na academia, entro com um objetivo bem definido: sair. não que eu não goste de ir lá treinar (é bem o contrário: é quase um processo terapêutico de desligamento de cérebro, o melhor pra quem definitivamente não é um grande "olhador de televisão"), mas fico de cara de se permaneço lá por 1 hora ou mais. acho do caralho quando consigo sair em 40 minutos, mas isso só é possível em alguns treinos específicos.
portanto, mesmo me dando bem com quase todo mundo lá, eu prefiro os horários mais vazios do meio da manhã ou do final da noite e, se ninguém puxar papo comigo, só abro a boca pra dizer "e aí" e "falou". os períodos de descanso são gastos andando em círculos. teoricamente eu faria isso pra não quebrar o ritmo do coração, mas a verdade é que eu ando em círculos em casa quando tou no telefone. é TOC.
agora que você já está contextualizado, conto o que aconteceu hoje. era quase meio dia e a galera do horário do almoço chegou lá pra malhar. tudo gente de empresas da volta. num dos meus "intervalos de urubu", um cara de óculos olhou pra mim e disse: - tu trabalha com informática?
a cara que eu fiz foi exatamente a do título deste post: - ? - se tu trabalha com informática. - ahaha. como assim? baseado em que? - é que tu é o estereótipo! - po, valeu por me chamar de nerd. alto, magro... - ahaha, não, não é bem por isso. é o jeito. - ah, beleza. então de repente o comportamento autista de andar em círculos pela academia entre um exercício e outro. - nah, isso o cara faz pra manter os batimentos em alta. - bom, tudo bem. eu confesso que eu tenho um diploma de técnico em informática. - ó! viu o feeling? - mas eu larguei por total inaptidão. eu não era nerd o suficiente. eu sou publicitário. - e eu... trabalho numa empresa de TI.
aí não entendi se o cara queria me contratar ou se ele queria outra coisa por aparentemente ter se identificado comigo. batendo papo com ele depois descartei a segunda opção. de qualquer forma, é uma situação engraçada alguém chegar pra ti e te dar uma assim, na cara. esses tempos eu encontrei o bernard, meu colega da primeira turma da worldengine, na qual ele era guitarrista. ele tava na sessão de gravação dos hammonds, pianos e mellotrons de 12th, na lado b. aí ele largou essa pro valmor, comigo junto: bernard: cara, o vinícius tá diferente... eu: hehe. é que eu cortei o cabelo. bernard: não... tu tá mais gordinho...
não consigo parar de rir disso. por sinal, o vídeo de 12th, que eu não postei aqui. vale a pena ler a descrição da música no youtube:
PS: já devia fazer uns 2 anos que eu tentava escrever um post com o título "?". mas nunca achei um motivo realmente genuíno. agora achei.
eu fiquei meio puto da cara quando pintou na TV aquela (essa) campanha do motorista legal. o primeiro comercial que eu vi foi esse acima, do cara que safava o motoqueiro, 90% de chances de ser um motoboy. fiquei puto porque esse filme sozinho transfere a responsabilidade: o motorista é que tem que ter respeito pelos outros - o cara da moto pode ser inconsequente. logo, no meu carro, tenho que prever o imprevisível pra evitar que um idiota morra. depois vi o resto da campanha e saquei que ali tem puxão de orelha pra todo mundo. aí sim, legal.
em todo caso, motoboys são os mágicos do trânsito. do nada eles brotam no teu espelho, em geral quando tu tá fazendo uma passagem de uma pista pra outra, dando sinal. eles não tão nem aí. enfiam o pé (ou o punho) e atiram a moto pra cima de ti. se der merda, tu que te estrepe tentando provar que a culpa é do outro. e ainda periga pintar outro motoboy pra testemunhar a favor da classe. mas motoboy é apenas a caricatura da coisa. motoqueiros em geral aprontam horrores por aí. e eu já ruminava toda a minha raiva contra a campanha quando lembrei duma coisa que me aconteceu no final de 2008, no início da dom pedro II, logo depois da saída do viaduto da assis brasil.
eu tinha ido num cliente lá passando o aeroporto, perto da fronteira com santa catarina... nah, tou brincando. era na ceasa. na volta, peguei a perimetral às 18:30. subi e desci o viaduto pela pista da esquerda, o que fez com que, graças à esperteza dos nossos engenheiros de trânsito, eu do nada me encontrasse na pista do ônibus, rumo ao corredor central. resolvi trocar para a pista à minha direita, e obviamente ninguém me deixou passar. entendo os outros. eu devia ter planejado isso antes, e ninguém quer perder o sinal verde. de repente a fila parou e eu pude entrar. quem segurou a fila pra mim era... um cara de moto.
odeio motoqueiros que passam a mil pelo corredor quando tu tá ali parado, esperando o sinal abrir, mas eu precisava retribuir pro cara. colei meu carro no canteiro central e abri espaço pro cara passar. 10 motoboys passaram, o cara não. insisti. mais 10 motoboys, o cara seguia atrás de mim, bem no meio do meu retrovisor. ainda tentei de novo, e mesma coisa.
entendi que eu tava diante, ou melhor, à frente de uma cabeça privilegiada. e apesar de sacar de todos os riscos envolvidos, botei meu carro pra direita na pista, ferrei com todos os 10 motoboys que passariam por ali e abri um espaço pro cara à minha esquerda, entre eu e o canteiro. o cara não veio. abri o vidro e chamei ele, ele meio que titubeou, mas veio. tudo era absurdo: o cara plantado atrás de mim, eu chamando ele pra bater um papo na perimetral lotada... falei pra ele: - cara, sei lá. preciso te dar a real. nunca vi isso antes. tu é o primeiro motoqueiro que não costura e não passa voando pelo corredor. o cara ficou tri sem jeito, e pelo que ele disse, não sem motivo: - po, velho. valeu! e pior que eu conto pras pessoas e ninguém acredita em mim! - sim. tu nunca sabe de onde vai sair um maluco a milhão, dá medo até de trocar de pista. - pois é. eu prefiro gastar uma horinha a mais pra chegar em casa do que ficar me arriscando. mas o pior é isso: eu conto que eu faço isso e os caras acham que eu tou de sacanagem... - po, meus parabéns, cara. tu é uma cabeça diferente, mesmo. - heheh. valeu!
fechei o vidro. ele deu ré com os pés e VOLTOU pro lugar dele, atrás do meu carro. depois quando eu dobrei num retorno, passou por mim e deu uma buzinadinha. achei engraçado que, por pura curiosidade de falar com uma figura dessas, eu acabei praticamente "fazendo o dia" do cara. mas é aquela velha história: as pessoas só reconhecem teus atos de bondade triviais, porém constantes, o dia que tu pega uma metralhadora e mata 8 no cinema do shopping. aí alguém vem e diz: - o fulano?? sério?? mas ele era tão bom...